Como o estresse no trabalho pode afetar a saúde

Por: - Médico Cardiologista - CRM/SC 4101 RQE 1132
Publicado em 22/09/2017 - Atualizado 08/02/2019

Como o estresse no trabalho pode afetar a saúde

Conforme pesquisa da International Stress Management Association (Isma), 70% dos trabalhadores registrados no Brasil sofrem de estresse no trabalho. Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que esse problema atinja 90% da população do planeta.

Competitividade, hábito de estar “conectado 24 horas”, violência, instabilidade econômica, problemas familiares e trânsito são fatores que se somam às pressões profissionais e podem deflagrar uma epidemia de estresse.

Segundo o Governo Federal, entre 2012 e 2016, os transtornos mentais vinculados ao estresse foram a terceira maior causa de afastamento dos trabalhadores. Estima-se que 3,5% do PIB brasileiro seja perdido com gastos relacionados ao estresse no ambiente profissional.

As causas do estresse no trabalho

O estresse é a soma das respostas físicas e mentais de nosso organismo para se adaptar a situações novas, de perigo ou dificuldade. Trata-se de um mecanismo de sobrevivência que, em pequenas doses, pode ser benéfico. Mas as exigências da vida moderna elevaram-no a níveis tóxicos.

O homem primitivo trabalhava até 20 horas semanais, caçava, pescava e colhia frutos. Suas maiores fontes de pressão eram os predadores, fenômenos naturais e tribos rivais.

Entretanto, a era da tecnologia nos conduziu a uma vida sedentária em meio à poluição e à agitação das cidades. Agora, os agentes estressores são outros, bem mais intensos e complexos.

Atualmente, o estresse no trabalho pode estar relacionado a diversos fatores, como:

  • longas jornadas;
  • prazos curtos;
  • baixo salário;
  • má relação com colegas e superiores;
  • carga de trabalho excessiva;
  • ambiente desagradável (com barulho, pouca iluminação e arejamento, sujeira, falta de ergonomia);
  • monotonia;
  • insegurança e ansiedade;
  • falta de perspectivas na carreira.

Como o estresse afeta nossa saúde?

O estresse frequente e prolongado é altamente prejudicial ao organismo. Ele provoca o aumento da produção de cortisol, adrenalina e noradrenalina pelas glândulas suprarrenais. Esses hormônios atuam como se preparassem o organismo para uma situação de luta ou fuga.

Você já imaginou o desgaste diário que isso acarreta ao corpo e à mente? Não à toa, o excesso de tais hormônios no sangue pode causar diversos problemas.

Sintomas físicos e psíquicos

A pesquisa da Isma constatou que o estresse no trabalho provoca dores musculares em 89% dos entrevistados. Cansaço (72%) e distúrbios do sono (39%) vêm logo depois. Entre os sintomas emocionais, estão a ansiedade (86%), angústia (81%) e irritação (68%). Além disso, 59% das pessoas relataram recorrer ao consumo de álcool e drogas para lidar com a pressão.

Entre os sintomas mais comuns do estresse estão:

  • ansiedade;
  • angústia;
  • depressão;
  • disfunção erétil;
  • distúrbios do sono;
  • doenças cardíacas;
  • dores de cabeça;
  • DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho);
  • fadiga;
  • gastrite;
  • hipertireoidismo ou hipotireoidismo;
  • irritabilidade;
  • hipertensão;
  • LER (Lesões por Esforços Repetitivos);
  • ossos enfraquecidos;
  • problemas de pele;
  • rigidez muscular;
  • síndrome do pânico.

Fora o prejuízo ao organismo, esses distúrbios reduzem a produtividade e aumentam o absenteísmo, além de gerar atrasos, erros e acidentes de trabalho.

9 formas de prevenir o estresse

Você pode combater o estresse seguindo algumas dicas:

  1.   Respeite seus limites. Ao sinal de fadiga, descanse.
  2.   Durma o tempo necessário.
  3.   Alimente-se adequadamente, diminuindo o consumo de sal, sódio, açúcares e gorduras.
  4.   Beba, ao menos, dois litros de água por dia. Essa prática potencializa as funções do cérebro e combate diversas doenças.
  5.   Evite o café. Cafeína é uma droga que, em excesso, pode causar irritabilidade, insônia, dores de estômago, tremores e batimentos cardíacos irregulares.
  6.   Não centralize todas as responsabilidades. Aprenda a delegar tarefas.
  7.   Aprenda a dizer não.
  8.   Faça exercícios físicos. Preferencialmente por 30 minutos, cinco vezes por semana.
  9.   Respire corretamente. A respiração pausada e profunda, na qual movimentamos o abdômen (e não o tórax), afasta a ansiedade.

Além disso, procure cultivar uma atitude mais leve e positiva diante dos problemas do dia a dia. Essas orientações o ajudarão a afastar o estresse, evitando complicações de saúde e preservando sua qualidade de vida.

Recomendamos também o e-book Guia do Coração para mais informações úteis sobre saúde.

Material escrito por:
Médico Cardiologista - CRM/SC 4101 RQE 1132

Diretor técnico da Unicardio, o Dr. Harry Correa Filho é formado em medicina pela UFSC e especialista em cardiologia pelo Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, onde já foi diretor. É professor de cardiologia na Unisul e Pesquisador de estudos clínicos, como EMERAS, ISIS 4, PARAGON, PLATO e TRILOGY.

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