Ter casos na família aumenta o risco de ter doença cardíaca?

Por: - Médico Cardiologista - CRM/SC 4101 RQE 1132
Publicado em 01/09/2017 - Atualizado 08/02/2019

Ter casos na família aumenta o risco de ter doença cardíaca?

Não é raro, quando alguém da família é diagnosticado com alguma doença cardíaca, surgir a preocupação de que algo semelhante aconteça com outra pessoa, devido a predisposição genética.

De fato, esse receio não é infundado. Pesquisadores da Universidade de Harvard, em Boston (EUA), conduziram um estudo com mais de 55 mil pessoas de diversos países, durante 10 anos, e confirmaram que há relação entre as mutações genéticas observadas no Projeto Genoma e o risco aumentado de infarto. O resultado das descobertas foram publicados na revista médica New England Journal of Medicine, no fim de 2016.

O estudo avaliou, também, o quanto o estilo de vida dos participantes da pesquisa elevava ou reduzia a possibilidade deles serem acometidos por um ataque cardíaco. É consenso, entre os profissionais a saúde, que o sedentarismo, o tabagismo, a obesidade, entre outros fatores de risco contribuem para o surgimento de uma doença cardíaca.

Por fim, os pesquisadores chegaram a duas conclusões. A mais preocupante é a de que quanto menos saudáveis são os hábitos de vida de uma pessoa com possibilidade de ter um infarto, maior é a chance dela ser acometida pela doença.

A outra descoberta, mais animadora, é a de que a predisposição genética não é uma sentença de que a pessoa sofrerá um ataque cardíaco caso ela se preocupe com a prevenção da doença cardíaca e controle o peso, não fume, pratique alguma atividade física e cuide da alimentação.

Dicas para proteger-se contra uma doença cardíaca

Evitar a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo e alimentos nocivos ao organismo é a melhor maneira de proteger o corpo de qualquer tipo de doença. E não é nada muito difícil de fazer, já que em poucos minutos é possível preparar um prato mais leve, é fácil reunir os amigos em um fim de semana para um jogo de futebol, correr em um parque ou ao redor da quadra de casa ou fazer uma caminhada com o cachorro e a família.

Mesmo que isso não seja feito todos os dias, já é um passo para reduzir o excesso de gordura abdominal e manter os triglicerídeos, a glicemia e a pressão arterial nos níveis corretos. Pois todos esses fatores tornam maior a possibilidade de surgir algum problema cardíaco no futuro.

Claro que quem consegue praticar algum exercício físico todos os dias, por cerca de 40 minutos, estará cuidando melhor da saúde. Mas o que importa, mesmo, é ter essa preocupação, e agir de alguma forma. Sempre lembrando que consultar-se com um cardiologista uma vez ao ano, pelo menos, para verificar o colesterol, a glicemia e a pressão arterial faz parte dessa rotina.

Material escrito por:
Médico Cardiologista - CRM/SC 4101 RQE 1132

Diretor técnico da Unicardio, o Dr. Harry Correa Filho é formado em medicina pela UFSC e especialista em cardiologia pelo Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, onde já foi diretor. É professor de cardiologia na Unisul e Pesquisador de estudos clínicos, como EMERAS, ISIS 4, PARAGON, PLATO e TRILOGY.

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