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Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita

As cardiopatias congênitas são responsáveis pelas malformações mais frequentes no ser humano, com cerca de 1% dos recém-nascidos vivos sendo portadores destes defeitos. Cerca de 30% deles não trarão consequências para a saúde das crianças e adolescentes, não necessitando de qualquer tratamento ao longo da vida. Outros 30% são anomalias que fazem os pacientes manifestarem sintomas como falta de ar, cansaço, diminuição da oxigenação sanguínea ou baixo ganho de peso; ou provocam alterações no coração que podem comprometer seu funcionamento adequado para sempre, ou nos vasos dos pulmões, prejudicando o processo de oxigenação e aumentando a pressão, quadro denominado de hipertensão pulmonar.

Estes pacientes necessitarão, em algum momento, de tratamento clínico, e cirurgia ou procedimentos intervencionistas por cateterismo cardíaco. Os demais são cardiopatias graves, que podem causar problemas já na vida intrauterina ou logo após o nascimento, por isso precisando de diagnóstico fetal ou pós-natal, bem como de tratamento em centro de referência com toda a estrutura para prestar assistência adequada.

Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita

Por estes motivos o dia 12 de junho foi escolhido como o “Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita”, para alertar a população e os profissionais da saúde sobre este importante problema, ainda desconhecido para muitos.

Objetivando facilitar a detecção de defeitos mais graves ainda na maternidade, foi instituído o “Teste do Coraçãozinho”, obrigatório em todo o Brasil. Vale ressaltar que várias cardiopatias não provocam sopros ou outras manifestações no recém-nascido com poucas horas ou nos primeiros dias de vida, dificultando seu reconhecimento precoce e, consequentemente, seu tratamento, colocando-o em risco de vida. É uma maneira de, com mais esta ferramenta, facilitar o diagnóstico destas doenças. Todos devem estar atentos e exigir sua realização.

Importância do ecocardiograma fetal

Outra ferramenta tão ou mais importante ainda, é o ecocardiograma fetal, ou seja, o ultrassom do coração do feto. Este exame deve ser realizado entre a 24ª a 28ª semana de gestação, preferencialmente, mas pode ser feito antes ou depois se houver necessidade, ou indicação. Qual a importância deste exame? Basicamente, detectar todas as anomalias congênitas possíveis. Há possibilidades de não se conseguir fazer o diagnóstico? Sim, por vários fatores, como a posição fetal, a idade gestacional avançada, por dificuldade técnica na obtenção das imagens (abdome volumoso por obesidade materna, pouco líquido amniótico ou líquido em excesso, gestações múltiplas, etc.). Mas as cardiopatias mais graves, mais complexas, geralmente podem ser reconhecidas.

E existe tratamento nesta fase? Alguns fetos podem ser beneficiados com procedimentos intrauterinos, mas poucos existem muito poucos centros com experiência para isso. O mais importante em relação ao diagnóstico é, em primeiro lugar, ter ciência que o bebê vai nascer com uma alteração, que pode não desencadear qualquer problema de saúde, mas pode causar alteração na ausculta do coração, como sopro, por exemplo. Ou, pelo contrário, que poderá causar risco de vida, e o nascimento desta criança ser planejado de tal forma a se propiciar a assistência necessária para salvá-la.

Com o desenvolvimento tecnológico da assistência neonatal, da cirurgia cardíaca e dos procedimentos por cateterismo, hoje em dia podemos oferecer muitas chances de sobrevida, com qualidade e expectativa de vida antes jamais imaginadas, para estas crianças. Então, que todos os dias sejam dia 12 de junho, para que sempre lembremos das cardiopatias congênitas e de como somos todos importantes para oferecer a estes pacientes a chance de serem tratados, quando necessitarem, no tempo certo e da melhor forma possível.

Material escrito por:

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Maurício Laerte Silva

Cardiologista Pediátrico / Ecocardiografista

CRM/SC 2658 RQE 4610/12179

  • Graduação em Medicina (UFSC) em dez/1979
  • Residência em Pediatria (HIJG) – RQE 434
  • Especialização em Cardiologia Pediátrica (InCor-SP) – RQE 4610 á(rea de atuação em Cardiologia Pediátrica)
  • Título de Habilitação em Ecocardiografia (Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Pediatria)- RQE 12.179
  • Título de Especialista em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC
  • Fellow em Pesquisa Perinatal/cardiologia fetal (Wayne State University, Michigan,USA; Georgetown University, Washington DC,USA; e NIH/NICHD Santiago.Chile) – 1993 a 1995
  • Mestrado em Ciências Médicas (UFSC)
  • Mestrado em Epidemiologia/Avaliação de Tecnologias em Saúde (UFRGS)
  • Doutorado em Ciências Médicas (UFSC)
  • MBA em Gestão da Saúde (UDESC)
  • Especialização em Administração Hospitalar e empreendimentos de saúde:ênfase em organizações públicas (UNISUL)
  • Professor voluntário do Curso de Medicina da UFSC de 1983 a 2008
  • Médico assistente (Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista) do Hospital Universitário da UFSC de 1983 a 2015
  • Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, da SES de Santa Catarina, de 1983 2020
  • Membro efetivo do Departamento Científico de Cardiologis da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022 aos dias atuais

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