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Dor no coração: conheça a síndrome do coração partido

Pode até parecer engraçado ver o nome “Síndrome do Coração Partido” e pensar que já sofreu disso quando terminou um relacionamento, mas aquela dor ficcional relatada pelo sofrimento não tem nada a ver com essa síndrome. O coração partido dos amantes é só uma forma poética de representar as dores psicológicas causadas pelo sofrimento.

Essa síndrome caminha em direção contrária e apresenta os mesmos sintomas que um Infarto Agudo do Miocárdio. Por isso, a Unicardio te explica como essa síndrome se apresenta e quais fatores podem desencadeá-la.

Síndrome do coração partido

A Síndrome do Coração Partido (também conhecida como “Cardiomiopatia de Takotsubo”) é caracterizado por uma disfunção súbita do ventrículo esquerdo. Ainda que transitória, essa disfunção faz com que ocorra um descompasso no funcionamento do músculo cardíaco, uma espécie de paralisia que deixa o coração sem força para bombear o sangue através da aorta.

O nome Cardiomiopatia de Takotsubo se dá porque as características dessa síndrome foram identificadas por médicos japoneses que perceberam uma semelhança adquirida pelo ventrículo esquerdo, na fase aguda da doença, com uma armadilha para capturar polvos. Em japonês, a palavra “tako” significa “polvo”, enquanto “tsubo” significa “vaso, pote”.

Esta é uma condição que tem sido muito investigada pelos médicos. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia iniciou em 2020 um estudo inédito para entender mais sobre a doença, seu diagnóstico e tratamento.

Felizmente, a condição que dá nome a essa doença é reversível e costuma durar entre 7 e 30 dias. Além disso, ela costuma ter uma evolução benigna com um prognóstico favorável e não deixa marcas permanentes ao coração.

São raros os casos em que uma pessoa apresenta essa síndrome. Geralmente, suspeita-se anteriormente que os sintomas do paciente possam estar relacionados a uma Síndrome Coronariana Aguda ou a um Infarto Agudo do Miocárdio. E, estima-se que apenas, entre 1 e 2% dos casos se confirmam como Síndrome do Coração Partido, segundo um estudo publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia.

Mais raros ainda são os casos que podem levar o paciente a óbito. Mas isso não faz com que a doença possa ser ignorada e não tenha tratamento, já que o aparecimento de complicações e comorbidades podem indicar um prognóstico que exija mais cuidados.

Fatores desencadeantes

“Cardiomiopatia do Estresse” é mais um nome que recebe a Síndrome do Coração Partido. Isso ocorre porque o estresse é um fator que, em muitos casos, está diretamente ligado com essa síndrome.

O término de relacionamento, a perda de um ente querido, o diagnóstico de uma doença grave, etc. podem gerar um estresse capaz de afetar a saúde cardíaca do(a) paciente. Essas situações podem provocar uma descarga de hormônios do estresse no organismo (como a adrenalina) que provocam a contração de pequenos vasos coronarianos e lesam o coração.

As pessoas mais suscetíveis a essa síndrome são mulheres com mais de 60 anos, que já estão no período da pós-menopausa. De acordo com o estudo publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia, cerca de 90% dos casos relatados têm esse perfil e estima-se que isso esteja ligado à queda da produção de estrogênio que protege a camada interna dos vasos sanguíneos.

Mas as mulheres não são as únicas que podem sofrer com essa síndrome. Homens, idosos e portadores de problemas neurológicos ou psiquiátricos também são diagnosticados com a doença.

Outros fatores que têm sido observados em pacientes com essa síndrome são a hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, tabagismo e histórico familiar de doença cardiovascular. Mas reforçamos que, independentemente, dessas comorbidades, a maior parte dos casos é precedida por episódio de forte estresse emocional.

Sintomas e tratamento

Entre os sintomas presentes nessa síndrome estão:

Esses sintomas tendem a desaparecer espontaneamente e isso pode acabar dificultando o diagnóstico.

Cabe ressaltar ainda que esses sintomas por si só não são suficientes para um diagnóstico. O importante é sempre buscar ajuda médica para avaliação correta. Alguns exames complementares podem ser solicitados para investigação e definição do tratamento adequado ao paciente.

No entanto, técnicas de relaxamento e meditação também tendem a auxiliar, já que a síndrome é induzida a partir de episódios de alto estresse.

Busque ajuda médica

Ainda que grande parte dos casos se desenvolva bem não deixe de procurar seu cardiologista caso apresente os sintomas acima. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Síndrome do Coração Partido afeta uma parcela muito pequena (entre 1 e 2%) dos pacientes que são diagnosticados com Síndrome Coronariana Aguda e Infarto Agudo do Miocárdio.

Na presença de qualquer sintoma de doença cardiovascular, consulte seu médico. Apenas um profissional qualificado pode diagnosticar e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.

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Material escrito por:

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Alexander Romeno Janner Dal Forno

Cardiologista / Eletrofisiologista

CRM/SC 13143 RQE 18814/ 9707

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria/RS (UFSM)
  • Especialista em Cardiologia pelo Hospital São Lucas da Pontífice Universidade Católica de Porto Alegre (PUC POA/RS)
  • Especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/AMB)
  • Especialização em Eletrofisiologia Clínica Invasiva pelo Hospital São Lucas da Pontífice Universidade Católica de Porto Alegre (PUC POA/RS)
  • Especialista em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva pela Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (SOBRAC)

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