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Alteração no eletrocardiograma: entenda o que pode ser

Após fazer o exame e receber o resultado, muitas pessoas se perguntam sobre o significado da alteração no eletrocardiograma. Esse exame, também chamado de ECG, é muito utilizado para fazer o acompanhamento e diagnóstico de doenças, assim como para averiguar se o coração está apto para atividades físicas ou para procedimentos cirúrgicos.

Apesar de a orientação ser aguardar o retorno ao médico para a avaliação do exame, sabemos que você pode estar ansioso e querer mais informações sobre as alterações notadas. Vamos mostrar nesse artigo o que pode ser a alteração no eletrocardiograma e a importância de manter a tranquilidade com os seus resultados antes de falar com o cardiologista. Continue lendo e confira!

O que é o eletrocardiograma?

Para entender o que é o eletrocardiograma, precisamos saber mais sobre o funcionamento do coração, órgão que é movido tanto pelo sangue quanto pela eletricidade.

Ao falar de eletricidade, muitas pessoas se assustam e pensam direto na energia elétrica que temos em casa. Apesar de haverem algumas similaridades entre elas, como a geração de energia, o nosso coração trabalha com pequenos impulsos elétricos que são gerados nele mesmo.

Esses impulsos, então, são transmitidos para as diferentes partes do coração e o fazem relaxar, enchendo o coração de sangue, e contrair, o esvaziando. O movimento de relaxamento é chamado de diástole e o de contração, sístole.

O eletrocardiograma é um exame que analisa tanto a geração quanto a transmissão do impulso elétrico gerado no coração, assim como o tempo que cada um desses processos leva.

Quando o eletrocardiograma é indicado?

Ao fazer essa análise do impulso elétrico, é possível identificar problemas na geração e na transmissão do sinal e, consequentemente, na sístole e diástole, por isso, esse exame é muito utilizado para analisar como está o funcionamento do coração de maneira rotineira e também para diagnosticar e acompanhar doenças.

Por meio da análise do ritmo do coração, pode-se encontrar arritmias ou ainda a redução no fluxo sanguíneo no órgão, permitindo um tratamento precoce da condição e a prevenção de futuros problemas.

O eletrocardiograma também é indicado para pacientes que já contam com um diagnóstico e precisam manter um controle do avanço da doença. É muito utilizados nos casos de:

  • miocardiopatias;

  • sequelas cardíacas por pressão alta;

  • doenças das válvulas cardíacas e

  • pericardites.

O que a alteração no eletrocardiograma quer dizer?

Agora que você já sabe mais sobre o exame e quando ele é indicado, fica mais fácil para entender a alteração no exame. Como não é possível falar de todas, vamos mostrar e explicar quais são as principais razões para haver um eletrocardiograma alterado.

Vale ressaltar que a explicação será simplificada para que você entenda o básico da alteração. Apenas um médico especializado poderá conversar com você sobre os resultados reais e as medidas que devem ser tomadas, por isso, ao ter qualquer alteração no eletrocardiograma é ainda mais importante ir ao retorno médico.

Alteração na repolarização ventricular

A alteração na repolarização ventricular é consideravelmente comum e consiste em algum problema no processo de preparação do coração para uma nova contração.

Apesar de parecer preocupante, há muitos quadros que não tem, realmente, um significado clínico, ou seja, não apontam nenhuma doença ou problema no coração. Nesse caso, normalmente, é associado o termo “inespecíficas”. Nesse caso, elas podem estar associadas com a pressão alta ou com a isquemia cardíaca. As alterações na repolarização ventricular que representam alterações nesse órgão contam com mais detalhamentos.

Bloqueios de ramos

Essa é outra alteração no eletrocardiograma que é comum, principalmente em pacientes com doenças isquêmicas cardíacas ou que têm insuficiência cardíaca. Também é normal haver bloqueios de ramos após um infarto.

Esse bloqueio de ramos significa que há uma parte do coração que não consegue conduzir o impulso elétrico para o ventrículo em questão. Se for do lado esquerdo, o ventrículo esquerdo, por exemplo.

Arritmia sinusal

O eletrocardiograma alterado que acusa arritmia sinusal é algo comum. Essa condição é benigna e muito comum em jovens. Ela ocorre por haver uma modificação no ritmo respiratório que impacta nos batimentos do coração.

Normalmente esse problema desaparece naturalmente, mas é importante fazer exames periodicamente para checar se está realmente tudo bem.

Fibrilação atrial

A fibrilação atrial, também chamada de FA, é um tipo de arritmia que ocorre quando há uma geração não controlada de estímulos elétricos em um átrio, câmara superior do coração. Isso faz com que o átrio tenha problemas para se contrair, tremendo o tempo todo.

Vale ressaltar que esses estímulos descontrolados não afetam as câmaras inferiores do coração, os ventrículos, por isso, só é notada a alteração no eletrocardiograma na parte superior.

Saiba mais arritmias com o Dr. Alexandre Dal Forno, eletrofisiologista da Unicardio. Dê play e confira!

Extrassístoles

Outra possível alteração no exame ECG são as extrassístoles, ou seja, batimentos cardíacos que não seguem o ritmo cardíaco natural. Dependendo da frequência que esse batimento isolado ocorre, pode ser inofensivo ou representar uma condição que exige cuidados extras.

Consulte seu cardiologista após os resultados do eletrocardiograma

Ao receber o resultado do exame com alteração no eletrocardiograma, não deixe de fazer o retorno médico. Apenas um cardiologista poderá fazer uma análise especializada e explicar, detalhadamente, o que foi ou não detectado.

Caso seja necessário, o médico já traçará um plano de tratamento. Se não precisar, poderá dar dicas sobre como prevenir doenças cardíacas e ter uma vida mais saudável.

Material escrito por:

Dr.-Harry-Correa

Harry Correa Filho

Cardiologista

CRM/SC 4101 RQE 1132

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/Conclusão 1985)
  • Especialização em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis/SC (1986-1987)
  • Residência em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC/1988-1989)
  • Especialização em Gestão e Saúde Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL/2004-2005)
  • Diretor do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (Gestão 2003-2008)
  • Professor de Cardiologia na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
  • Coordenador de diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2012-2013)
  • Pesquisador de estudos clínicos, como EMERAS, ISIS 4, PARAGON, PLATO e TRILOGY
  • Diretor do FUNCOR – Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016-2017)(SOCESC)
  • Diretor de cominucação SBC nacional (20220- 2021)
  • Membro da comissão nacional de titulo de especialista em cardiologia da SBC
  • Fellow da sociedade europeia de cardiologia (ESC) (Diretor da FUNCOR )

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