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Tetralogia de Fallot: o que é e como é diagnosticada

A chegada de um bebê é um momento de grande alegria para os pais. No entanto, quando o médico encontra alguma enfermidade cardíaca na criança, o medo pode tomar conta. Um desses distúrbios é a Tetralogia de Fallot, um nome um pouco estranho e que agrega vários problemas no coração.

No entanto, acreditamos que o conhecimento é a chave para que esse diagnóstico não gere um desespero nos pais. Por isso, decidimos criar esse artigo para explicar o que é a Tetralogia de Fallot, uma situação rara e que promove quatro defeitos cardíacos no bebê, que podem ser diagnosticados desde a gestação.

Esta é uma das inúmeras cardiopatias congênitas que acometem as crianças e é a mais frequente entre as que provocam alterações da oxigenação sanguínea. O que ocorre é uma série de malformações cardíacas. Assim, na criança portadora de Tetralogia, o órgão irá enviar sangue pobre em oxigênio para o corpo, quando o adequado seria o contrário.

Nós vamos te mostrar todos os detalhes a respeito desse assunto. Acompanhe na leitura.

O que é a Tetralogia de Fallot?

A Tetralogia de Fallot é uma condição complexa, mas o básico acerca dela é o que já mencionamos: enquanto o coração deveria encaminhar sangue rico em oxigênio para todo o corpo, a fim de “alimentar” bem os tecidos e células, as anomalias fazem com que sangue com baixa oxigenação atinja todo o organismo.

A enfermidade afeta quatro regiões do órgão. São elas:

  1. Septo interventricular: neste local existe um orifício e esta é a parede que separa os ventrículos, as cavidades que ficam na parte inferior do coração. Com este defeito haverá uma comunicação entre as duas câmaras;
  2. Obstrução da saída do ventrículo direito: esta câmara é responsável pelo envio do sangue para os pulmões e na Tetralogia existe uma obstrução a esse fluxo, dificultando essa passagem;
  3. Deslocamento da aorta para o lado direito: esta é a maior artéria do corpo e tem a função de garantir que o sangue oxigenado irrigue o organismo, e nesta cardiopatia ocorre um posicionamento anormal deste vaso;
  4. Hipertrofia do ventrículo direito: : é uma resposta à obstrução na saída desta cavidade, para que o ventrículo consiga superar o obstáculo e consiga ejetar o sangue para os pulmões.

O diagnóstico

Ainda na gestação, durante os exames de ultrassonografia, o médico obstetra pode perceber alguma anomalia cardíaca no feto. E um exame mais acurado, a ecocardiografia fetal, pode definir a cardiopatia com detalhes, já intraútero. Após o nascimento, além do exame físico, será realizado um novo exame, um ecocardiograma no bebê, para revisão de todos os achados do ecofetal e definição do tratamento a partir de então.

Outros exames complementares também serão solicitados, como Raio x de tórax e eletrocardiograma, mas o ecocardiograma é o mais importante nesta etapa.

As causas da Tetralogia de Fallot

A Tetralogia de Fallot pode estar associada a algumas síndromes congênitas, como a de Down, Alagille e DiGeorge. Contudo, há a possibilidade de existir um aspecto genético para o surgimento do problema no bebê. Na maioria das vezes não se identifica um fator causal, sendo considerada então como de origem multifatorial, como acontece com a grande parte das cardiopatias congênitas.

Outro risco é a infecção por rubéola pela gestante, uma doença que é grave nesta fase da vida e pode gerar várias malformações cardíacas no feto. O consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez também é visto como outro fator de risco.

Os sintomas

O bebê com Tetralogia de Fallot pode apresentar as extremidades e mucosas azuladas, às vezes de difícil caracterização em um primeiro momento, em razão do bombeamento de sangue pobre em oxigênio. Isto geralmente começa a acontecer entre o primeiro e o segundo mês de vida. A intensidade é variável, pois dependerá de quanto sangue com baixa saturação de oxigênio está atingindo a circulação do corpo.

Algumas crianças podem apresentar episódios de súbita acentuação desta cor azulada, que chama-se cianose, caracterizando a chamada “crise hipoxêmica”, que apresenta risco para o paciente, tratando-se de uma emergência cardiológica. Além da intensa cianose, o bebê fica extremamente irritado, chorando incessantemente e apresentando ofegância.

Outras crianças podem fazer episódios de palidez, moleza, letargia, que são equivalentes da crise hipoxêmica e devem ser reportadas ao pediatra e/ou cardiopediatra.

O tratamento da Tetralogia de Fallot

Intervenções cirúrgicas são os tratamentos mais comuns da Tetralogia de Fallot. No entanto, para os bebês ainda muito novos, e sem condições de serem submetidas a uma cirurgia maior, pode-se optar por operação “ temporária, ou parcial”, em que é realizado um procedimento menor e menos invasivo, apenas para aliviar os sintomas enquanto a criança se desenvolve e, depois, esteja apta a enfrentar uma operação maior e definitiva, e se desenvolver normalmente.

Ainda assim, o paciente precisará manter o acompanhamento cardiovascular por toda a vida. Com esse cuidado, a criança pode se desenvolver normalmente.

Você tem alguma dúvida sobre a Tetralogia de Fallot?

Sabemos que a Tetralogia de Fallot é uma situação complexa e até mesmo difícil de ser compreendida. Portanto, caso você esteja com alguma dúvida ou o seu bebê possua essa enfermidade, entre em contato conosco e venha conversar com o Dr. Maurício Laerte Silva, nosso especialista em cardiologia pediátrica. Você pode fazer isso pelo site.

Você gostou de aprender sobre esse assunto? Em nossas redes sociais, sempre publicamos conteúdos como esse, com explicações sobre diversas condições que afetam a saúde cardíaca, além dos cuidados necessários. Então, venha nos seguir no Instagram e no Facebook.

Material escrito por:

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Maurício Laerte Silva

Cardiologista Pediátrico / Ecocardiografista

CRM/SC 2658 RQE 4610/12179

  • Graduação em Medicina (UFSC) em dez/1979
  • Residência em Pediatria (HIJG) – RQE 434
  • Especialização em Cardiologia Pediátrica (InCor-SP) – RQE 4610 á(rea de atuação em Cardiologia Pediátrica)
  • Título de Habilitação em Ecocardiografia (Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Pediatria)- RQE 12.179
  • Título de Especialista em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC
  • Fellow em Pesquisa Perinatal/cardiologia fetal (Wayne State University, Michigan,USA; Georgetown University, Washington DC,USA; e NIH/NICHD Santiago.Chile) – 1993 a 1995
  • Mestrado em Ciências Médicas (UFSC)
  • Mestrado em Epidemiologia/Avaliação de Tecnologias em Saúde (UFRGS)
  • Doutorado em Ciências Médicas (UFSC)
  • MBA em Gestão da Saúde (UDESC)
  • Especialização em Administração Hospitalar e empreendimentos de saúde:ênfase em organizações públicas (UNISUL)
  • Professor voluntário do Curso de Medicina da UFSC de 1983 a 2008
  • Médico assistente (Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista) do Hospital Universitário da UFSC de 1983 a 2015
  • Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, da SES de Santa Catarina, de 1983 2020
  • Membro efetivo do Departamento Científico de Cardiologis da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022 aos dias atuais

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