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Chip da beleza: o que é, como funciona e os efeitos colaterais

Chip da beleza: o que é, como funciona e os efeitos colaterais

O chip da beleza é um tema que está em alta, principalmente por causa do compartilhamento de resultados incríveis em relação à perda de peso, mas nem tudo é o que parece ser. Esse implante é controverso e está causando muita preocupação entre os médicos.

Recentemente, a famosa gamer Lady Chokey apareceu nas redes sociais muito mais magra e falou sobre o uso desse implante para se manter no peso. Isso fez muitas pessoas buscarem mais informações sobre esse método para saber se ele também era indicado para seus casos.

Se você está entre essas pessoas e deseja saber mais sobre o chip da beleza continue lendo esse artigo e tire todas suas dúvidas.

O que é o chip da beleza?

O chip da beleza é um implante de gestrinona, um hormônio masculino que foi criado há cerca de 40 anos pelo Dr. Elsimar Coutinho, um famoso ginecologista brasileiro. De acordo com a clínica do próprio médico, esse implante hormonal foi desenvolvido para controlar doenças relacionadas ao ciclo menstrual ou ainda para auxiliar na contracepção.

Dessa forma, o Dr. Coutinho a recomenda para tratar enfermidades como:

  • endometriose;
  • menstruação excessiva;
  • menopausa;
  • presença de miomas no útero ou ovários e
  • tensão pré-menstrual.

Com o passar do tempo, algumas modelos e influenciadoras começaram a utilizar esse hormônio para ajudá-las a se manter “em forma” e assim ele se transformou no chip da beleza e começou a se popularizar entre as pacientes que queriam emagrecer.

Vale ressaltar que, apesar do nome, não há nenhum chip de verdade! A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia explica que pode haver uma confusão nos termos utilizados. Realmente, existe um dispositivo que está sendo desenvolvido com o apoio do Bill Gates que utiliza um chip como método de contracepção para os países pobres, mas isso não é, de forma alguma, o implante de gestrinona.

Como o chip da beleza funciona?

O chip da beleza é formado por pequenos tubos de silicone que são implantados no glúteo da paciente, após anestesia local. A partir da sua colocação, há a liberação constante de gestrinona e, em alguns casos, de outros hormônios na corrente sanguínea. Após um período, que depende diretamente do organismo de cada paciente, esse dispositivo precisa ser substituído. De forma geral, esse tempo varia entre 6 meses e 1 ano.

Mas como o implante de gestrinona age no corpo? Para entender isso, é importante compreender mais sobre esse hormônio que é sintético, ou seja, não é produzido naturalmente pelo organismo.

A gestrinona, quando presente na corrente sanguínea, se liga a uma proteína que está presente no núcleo de certas células, essas, por sua vez, se ligam aos hormônios masculinos e estão presentes nos músculos e na pele. Quando essa ligação ocorre, há diversas reações químicas que favorecem o ganho de massa muscular e a queima de gordura. Além disso, também há o aumento de testosterona no sangue.

Quando esse processo começa a ocorrer, a mulher se sente melhor, começa a reparar a redução de medidas e no fortalecimento dos seus músculos. Mas o problema ocorre a longo prazo.

Quais são os efeitos colaterais?

Assim como qualquer tratamento hormonal, o chip da beleza só deve ser implantado após a recomendação médica, seguida de um longo acompanhamento do caso. Mas, mesmo assim, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) afirma que não há estudos que comprovem a segurança e a eficácia do implante de gestrinona.

Além disso, a SBEM aponta alguns riscos que podem ocorrem a partir do uso indevido desse hormônio sintético, como:

  • acne;
  • aumento da oleosidade da pele;
  • queda de cabelo;
  • aumento de pelos no corpo;
  • mudança no timbre da voz e
  • crescimento do clitóris.

A SBEM afirma ainda que não reconhece o chip da beleza para tratar sequer as doenças hormonais.

Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não existe nenhum implante de gestrinona com registro sanitário válido no Brasil. A instituição apontou que não há nem um pedido para análise ou avaliação, o que torna impossível afirmar que ele é seguro ou eficaz para a saúde.

Por todos esses motivos, nós não recomendamos o uso do chip da beleza. Pense sempre no seu bem-estar e nos possíveis riscos por trás de cada procedimento com fim estético. Foque em ter uma alimentação balanceada, fazer exercícios físicos e, mais importante de tudo, ter saúde!

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Material escrito por:

Rafael Kuhnen

Cardiologista

CRM/SC 6716 RQE 2959

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (1989-1995);
  • Residência em Clínica Médica no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) (1995-1997);
  • Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC) (1997-1999);
  • Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC-AMB);
  • Diretor Técnico da Clínica Unicardio (Biênios 2009-2011 e 2011-2013);
  • Membro do corpo clínico do Hospital SOS Cardio – Florianópolis-SC.

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