A saúde da criança deve estar sempre em dia, a começar por um coração saudável. Para cuidar do bem-estar cardiológico da criança, é importante estar atento aos sinais de possíveis problemas que podem vir a surgir. Desde a 18ª semana de gestação já é possível identificar problemas no coração dos pequenos.
Problemas cardiológicos e a saúde da criança no pré-natal
Na avaliação pré-natal, exames como o ultrassom morfológico e o ecocardiograma fetal avaliam a saúde cardiológica da criança de maneira não-invasiva. Ainda no diagnóstico, é importante considerar o histórico clínico familiar. Caso haja doenças cardiovasculares congênitas em parentes de primeiro grau, é possível que aumentem as chances de a criança também desenvolvê-las.
Assim, para a avaliação cardiológica da criança durante a gestação e após o nascimento, alguns dados serão importantes:
- idade materna;
- idade gestacional ao nascimento;
- peso ao nascimento e ganho ponderal evolutivo;
- cansaço para mamar;
- sudorese excessiva;
- a respiração em relação ao nível de esforço físico, lembrando que a sucção é o maior esforço da criança neste período, bem como o choro e as evacuações e
- presença de dores ou dificuldades de mobilizações articulares, principalmente acima dos 5 anos de idade.
O cardiopediatra também avalia:
- doenças maternas, gestacionais e/ou fetais: obesidade, doenças do tecido conjuntivo (como o lúpus eritematoso sistêmico) diabetes, hipertensão arterial, insuficiência placentária, restrição do crescimento intrauterino, infecções congênitas, anormalidades estruturais cardiovasculares e/ou extracardíacas detectadas no ultrassom morfológico, arritmias fetais, uso de anti-inflamatórios não-hormonais, de medicamentos e de álcool, síndromes genéticos/cromossomopatias, gemelaridade, entre outras.
- intercorrências no período neonatal, principalmente a necessidade de cuidados intensivos, respiração mecânica, anomalias extracardíacas, doenças genéticas, cromossomopatias, detecção de sopros na ausculta cardíaca, teste do coraçãozinho anormal, dificuldade de oxigenação, alterações na palpação dos pulsos periféricos, etc.
O diagnóstico
O pediatra é muito importante na avaliação da saúde cardiológica da criança, pois é durante a gestação e nos primeiros anos de vida que anormalidades estruturais e/ou funcionais poderão repercutir para o resto da vida.
Hoje em dia os especialistas são capazes de detectar os sinais e sintomas prováveis de origem cardiovascular por meio de diversas ferramentas tecnológicas eficazes. Assim, é possível reconhecer a presença de enfermidades que também dificultam as funções do coração, artérias e outros componentes do aparelho cardiovascular da criança.
De uma maneira geral, o pediatra fará a suspeita clínica e poderá solicitar exames complementares e/ou a avaliação de um cardiologista pediátrico. Dependendo do diagnóstico, é possível que o tratamento seja clínico, com ou sem uso de medicações, cirúrgico, ou por meio de cateterismo cardíaco.
Felizmente, essas técnicas podem ser realizadas em recém-nascidos, lactentes, crianças ou adolescentes. É fundamental que o especialista avalie e acompanhe cada caso, tratando-o de maneira específica, possibilitando a recuperação da saúde, da qualidade e da expectativa de vida.
Atenção
É importante que os pais se atentem aos sinais e sintomas que as crianças podem desenvolver. Esteja alerta e procure ajuda médica, caso perceba em sua criança:
- dificuldades respiratórias/ cansaço para mamar;
- lábios arroxeados quando se esforça (mamar ou chorar principalmente)
- dificuldade em ganhar peso
- palpitações;
- palidez aos esforços;
- sudorese excessiva e incompatível com a temperatura ambiente;
De qualquer maneira, é possível observar possíveis cardiopatias já no nascimento, referente à triagem pré-natal (teste do pezinho), ao teste do coraçãozinho e a história clínica de cada paciente.
É importante ressaltar que o diagnóstico pré-natal é possível, e o ideal, pois permitirá que se ofereça as orientações adequadas a cada situação. Desde a conduta apenas expectante até a programação do nascimento e da assistência cardiológica em serviço de referência, já nas primeiras horas de vida, sempre com revisão ecocardiográfica o mais breve possível.
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