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O que é sopro no coração?

Já ouviu falar em sopro no coração?

O sopro cardiovascular é uma sensação auditiva produzida por uma série de vibrações prolongadas intracardíacas, sendo decorrentes principalmente de algum problema nas valvas cardíacas, que impede a correta circulação de sangue dentro do coração. Geralmente, o sopro é causado quando uma valva cardíaca está com o orifício de passagem reduzido ou quando ela não se fecha corretamente e permite que o sangue volte para o coração.

O sopro mais comum vem das valvas cardíacas, mas existem vários tipos de sopro, como sopro de dilatação cardíaca e sopro de obstrução de alguma artéria.

Causas

A maioria das vezes, o sopro não é hereditário. Nos países subdesenvolvidos, a doença valvar reumática (febre reumática) é a maior causa dos sopros.

A febre reumática é uma doença inflamatória que vem após uma infecção, geralmente por bactérias do gênero Streptococos (causadores comuns de infecção na garganta). Se não tratada corretamente, ela acaba afetando as valvas do coração, deixando-as com uma lesão que, ao longo do tempo vai piorando e pode ocasionar sopro e danos ao coração.

Hoje em dia, com o aumento da assistência em saúde, está se reduzindo a porcentagem de febre reumática. Temos visto assim, mais casos com origem do envelhecimento das válvulas, que é algo normal no decorrer da idade, a chamada calcificação valvar.

Portanto as causas mais comuns de sopro, estão ligadas a doenças que afetam as valvas de alguma maneira, sendo as principais a febre reumática e o envelhecimento das valvas, mas também temos:

 

 

Prolapso da valva mitral ocorre por uma série de mecanismos e é uma falha no acoplamento das válvulas da valva mitral, gerando uma falha de fechamento que causa a doença e o sopro. Na maioria das vezes é uma doença primária, não sabemos porque acontece e pode ser de origem familiar ou não. A maioria dos pacientes são assintomáticos, mas podem ocorrer sintomas de palpitação, dor torácica e até desmaios.

O prolapso não tem muitas repercussões negativas e o prognóstico é excelente. Claro que deve ser acompanhado por um cardiologista, pois a evolução depende muito da questão funcional da valva mitral.
Veja, em muitos casos não é necessário trocá-la, mas o importante é avaliar o quanto de insuficiência valvar o paciente tem. É preciso investigar se ela está funcionando bem ou não, apear do prolapso.

Sintomas

O sopro em si não apresenta sintomas. Se existe algum sintoma é que a doença já está avançada. O mais importante é identificar o que está causando o sopro e trabalhar nessa causa.

A maioria das doenças valvares, quando apresenta sintomas, é sinal de que a doença já está avançada. Nesses casos, já pode ser levantada a possibilidade de troca de válvula e procedimentos cirúrgicos.

O fato de visitar o Cardiologista regularmente, em busca de prevenção, ajuda muito na qualidade de vida e identificação de uma eventual doença.

Tratamento

Como falamos anteriormente, se o paciente já apresenta sintomas é sinal que a doença já está avançada, e na maioria dos casos, é necessário a troca da válvula ou a utilização de uma prótese.

Se for a valva cardíaca, pode ser preciso trocá-la. Se for outra causa, que não tenha ligação com a valva – por exemplo: pós infarto, coração dilatado – utilizamos de medicação e outros tratamentos.
Se a causa for o envelhecimento da valva, não há um tratamento efetivo para isso, faz parte da evolução natural e também pode ser necessário a troca valvar.

Se o paciente tiver uma vida saudável, praticar atividades físicas, não fumar, manter o peso adequado e se cuidar, ele tem uma qualidade de vida muito melhor, tirando a sobrecarga cardíaca sobre essa valva.  Com isso, o paciente terá bem menos sintomas a longo prazo.

O importante é não deixar chegar no estágio avançado.
Procure seu médico e faça consultas de rotina para certificar-se de que está tudo bem com a sua saúde.

Diagnóstico

O Eletrocardiograma, geralmente solicitado antes da consulta cardiológica, já identifica alterações no funcionamento do coração, mas o exame fundamental é o Ecocardiograma. O Eco vai olhar a válvula, o tamanho do coração e medir a velocidade do fluxo do sangue.

Veja, a maioria dos sopros, depende do aumento da velocidade do sangue. Se a valva está obstruída, a velocidade do sangue aumenta para conseguir passar, por isso escutamos o sopro, que é o aumento da velocidade do fluxo do sangue.

O ecocardiograma vai medir essa velocidade, as pressões, e avaliar a válvula, se ela está abrindo e fechando da forma correta.

Visita ao cardiologista

É importante avaliar o histórico familiar de cada paciente. Se existem fatores de risco – se é fumante, se está acima do peso – a visita ao cardiologista deve ser a partir dos 35 anos para os homens.

As mulheres costumam ter doenças cardíacas mais tarde. Por isso podem visitar o cardiologista a partir de 45 anos.

É claro que na presença de sintomas, como falta de ar, palpitações, dor no peito a recomendação é procurar o Cardiologista assim que surgirem os sintomas.

Preste atenção em questões como tabagismo, estresse, obesidade e alimentação que são muito importantes para uma vida equilibrada

Em todos os casos, é fundamental fazer uma avaliação. ❤
Cuide-se.

Material escrito por:

Dr.-Rodrigo-Palavro

Rodrigo Palavro

Cardiologista

CRM/SC 12882 RQE 9919

  • Graduação em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau (FURB/Conclusão 2006)
  • Residência em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos de Florianópolis/SC (HGCR/2007-2008)
  • Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC/2009-2010)
  • Médico Cardiologista da Unidade Coronariana do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
  • Médico Cardiologista do Quadro de Oficiais Médicos da Força Aérea Brasileira (Oficial da reserva – R2)
  • Médico preceptor da residência médica em cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC)

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