Engana-se quem acha que as doenças cardíacas só atingem pessoas adultas e idosas.
As malformações congênitas estão entre as principais causas de morte na primeira infância, sendo a cardiopatia congênita (CC) uma das mais frequentes e a de maior morbimortalidade, representando cerca de 40% das malformações.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência de cardiopatias congênitas no Brasil é em torno de 1%, ou seja, se o Brasil registra anualmente 2,8 milhões de nascidos vivos, pode-se estimar o surgimento de quase 29 mil novos casos de cardiopatias congênitas ao ano.
Sintomas e exames de doenças cardíacas na infância
Em bebês, os sintomas podem ser notados durante as mamadas, quando há o cansaço excessivo e transpiração, o mesmo pode acontecer durante o sono. Dificuldade no ganho de peso, irritação frequente e ainda cianose, que é caracterizada pela ponta dos dedos e/ ou lábios arroxeados.
Em crianças maiores, o cansaço pode ser notado durante as atividades físicas ou até mesmo na dificuldade de acompanhar o ritmo de outras crianças, crescimento e ganho de peso de forma inadequada, infecções pulmonares repetidas, taquicardia ou ainda lábios roxos e pelo pálida quando brinca muito.
Pode haver ainda episódios de:
- desmaios precedidos de tontura;
- visão turva;
- dores no peito e
- mal-estar.
As cardiopatias na infância podem ser suspeitadas durante a gestação pelo ultrassom morfológico e confirmadas pelo ecocardiograma fetal ou ainda com a ajuda do teste do coraçãozinho, que é feito na maternidade.
Outra forma de diagnóstico é por exame físico realizado pelo pediatra com ajuda de exames complementares como o raio x de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, cateterismo, holter de 24h e angiotomografia.
Principais Causas
As cardiopatias congênitas não têm causa definida, ocorrem pela interação de fatores genéticos e ambientais. No entanto, está comprovado que existem algumas situações que podem contribuir para o aumento do risco dessa condição. Os principais casos que podem aumentar as chances de alterações na formação do coração do feto são quando a mãe apresenta:
- mais de 35 anos;
- históricos de filhos anteriores cardiopatas;
- diabetes, lúpus e hipotireoidismo;
- toxoplasmose ou rubéola durante a gravidez;
- aquelas que fizeram uso de anticonvulsivos, anti-inflamatórios, ácido retinoico, lítio durante a gravidez e
- a gravidez de gêmeos, múltiplos ou fertilização in vitro também podem ter influência.
Tratamento e cuidados após o diagnóstico
O diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança, principalmente em cardiopatias mais graves, quando o parto deve ser planejado e a criança precisa ser operada nos primeiros dias de vida. As cardiopatias congênitas podem ser prevenidas em parte através da vacinação contra a rubéola e do consumo de ácido fólico.
Algumas cardiopatias não necessitam de tratamento. Outras podem ser tratadas de forma eficaz com procedimentos com cateteres ou cirurgia cardiovascular. Com tratamento apropriado, o prognóstico é geralmente bom, mesmo dos problemas mais complexos.
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