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Ecocardiograma fetal: quando é recomendado fazer

O ecocardiograma fetal é um exame de imagem bastante importante para ser realizado durante o período gestacional. Geralmente, é solicitado pelo médico que guia o acompanhamento pré-natal e possui o objetivo de identificar doenças congênitas específicas. Além disso, é responsável pelo monitoramento do tratamento no caso de arritmias.

O passo a passo do ecocardiograma fetal

No ecocardiograma fetal não há necessidade de preparação prévia. O exame é como uma ultrassonografia, com a aplicação de um gel e a utilização de um  acessório chamado transdutor. Dessa maneira, ondas de ultrassom são emitidas e quando processadas, são transformadas em imagens, que poderão ser analisadas pelo médico.

O ecocardiograma visualiza as estruturas cardíacas do bebê, como veias, artérias e válvulas, assim como possíveis alterações anatômicas, funcionais e/ou do ritmo do coração fetal. O exame dura em torno de 30 minutos, não causa dor nem riscos biológicos para a mãe ou para o feto.

Indicações para o exame

O ecocardiograma fetal é indicado a partir da 18° semana de gestação, já que só a partir desse momento o sistema cardiovascular permite uma maior precisão em sua análise. Ainda é importante considerar fatores que dificultam os resultados do procedimento como a agitação do feto, a posição fetal, a espessura da parede abdominal, o volume de líquido amniótico, a gestação múltipla e a realização do exame ao final da gestação.

É importante que no momento do exame, a gestante leve todos os exames já realizados, principalmente o ultrassom morfológico, para que o cardiologista fetal os avalie detalhadamente. 

Fatores maternos

A recomendação do exame é para todas as gestantes, mas, principalmente, àquelas com:

  • histórico familiar de cardiopatias congênitas;
  • histórico de filho anterior cardiopata;
  • mais de 35 anos, idade condizente com o aumento de risco de malformações fetais;
  • menos de 18 anos;
  • alguma infecção que possa comprometer o desenvolvimento do coração, como rubéola e toxoplasmose;
  • diabetes, seja adquirida durante a gestação ou já pré-existente;
  • doenças autoimunes, como Lúpus;
  • fenilcetonúria e Iioimunização Rh;
  • uso de algum medicamento nas primeiras semanas da gravidez, como anticonvulsivantes e antidepressivos;
  • exposição à drogas como cocaína e álcool;
  • suspeitas de anormalidade cromossômica, anormalidade cardíaca ou extracardíaca, verificada no ultrassom obstétrico ou no pré-natal;
  • gravidez gemelar;
  • exposição a agentes comprovadamente cardio-teratogênicos (anticonvulsivantes e lítio) ou com ação no ducto arterioso, ou canal arterial(vasoconstrictor nasal em excesso, além de anti-inflamatórios não hormonais e outros agentes

Fatores fetais

Em relação aos bebês, é importante dar ainda mais atenção a realização do exame para os que apresentam os seguintes fatores:

    • anomalias extracardíacas e cariótipo fetal alterado;
    • doppler do ducto venoso e/ou veia umbilical anormal, principalmente no primeiro trimestre e/ou presença de regurgitação da valva tricúspide;
    • translucência nucal aumentada;
    • restrição de crescimento fetal grave, quando o peso for abaixo do estipulado do percentil 5 para a idade gestacional;
    • gestação múltipla;
    • arritmias fetais;
    • hidropisia fetal não imune;
    • taquicardia (frequência acima de 200 bpm);
    • bradicardia (frequência menor que 100 bpm);
    • aspecto anormal do coração fetal pelo rastreamento, como corte de quatro câmaras ou saída anormal das artérias;
    • aumento de cavidades;
    • derrame pericárdico e
    • massas ou tumores.

O resultado do exame dirá se tudo está bem com o bebê, em relação ao sistema cardiovascular. Além disso, pode indicar alguma alteração cardíaca e avaliar se o tratamento poderá ser realizado durante o período gestacional ou por meio de um procedimento, logo após o parto ou no decorrer da vida

Consulte um médico especialista para verificar a necessidade do exame e quais os procedimentos indicados para sua gestação. Conte com os profissionais da Unicardio para auxiliar na sua saúde e na do seu bebê.

Material escrito por:

Maurício Laerte Silva

Cardiologista Pediátrico / Ecocardiografista

CRM/SC 2658 RQE 4610/12179

  • Graduação em Medicina (UFSC) em dez/1979
  • Residência em Pediatria (HIJG) – RQE 434
  • Especialização em Cardiologia Pediátrica (InCor-SP) – RQE 4610 á(rea de atuação em Cardiologia Pediátrica)
  • Título de Habilitação em Ecocardiografia (Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Pediatria)- RQE 12.179
  • Título de Especialista em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC
  • Fellow em Pesquisa Perinatal/cardiologia fetal (Wayne State University, Michigan,USA; Georgetown University, Washington DC,USA; e NIH/NICHD Santiago.Chile) – 1993 a 1995
  • Mestrado em Ciências Médicas (UFSC)
  • Mestrado em Epidemiologia/Avaliação de Tecnologias em Saúde (UFRGS)
  • Doutorado em Ciências Médicas (UFSC)
  • MBA em Gestão da Saúde (UDESC)
  • Especialização em Administração Hospitalar e empreendimentos de saúde:ênfase em organizações públicas (UNISUL)
  • Professor voluntário do Curso de Medicina da UFSC de 1983 a 2008
  • Médico assistente (Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista) do Hospital Universitário da UFSC de 1983 a 2015
  • Cardiologista Pediátrico e Ecocardiografista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, da SES de Santa Catarina, de 1983 2020
  • Membro efetivo do Departamento Científico de Cardiologis da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022 aos dias atuais

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