Para ajudar no combate a novas infecções pela pandemia do Coronavírus, em 19 de março desde ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou o uso de telemedicina. Nessa modalidade, a consulta médica é feita através de videoconferência sem que haja danos ao atendimento dos pacientes. Mesmo sendo considerada uma modalidade que “veio para ficar”, atualmente, muitas pessoas ainda têm dúvida sobre como ela pode ajudar quem tem problemas cadíacos.
Neste artigo, o Dr. Rodrigo Palavro, cardiologista da Unicardio e médico da UTI Coronariana do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, explica como a telemedicina pode ajudar pacientes cardíacos durante a pandemia, já que esses pacientes compõem um dos grupos de risco da Covid-19.
Cardiopatias e coronavírus: qual a relação?
Em abril deste ano, o portal Angioplasty.org noticiou que o sistema médico de emergência de Nova York recebeu quatro vezes mais chamadas por casos de paradas cardíacas entre 30 de março e 5 de abril de 2020. Dessas chamadas, o número de óbitos teve um aumento de 800% em relação ao mesmo período de 2019. O dado alarmante chama a atenção de toda a comunidade médica e de pacientes cardíacos.
Questionado sobre a relação das cardiopatias com o novo Coronavírus, o Dr. Rodrigo explica que essa mesma pesquisa revela que houve uma diminuição de pelo menos 50% na busca por atendimento médico antes de uma crise fatal. E isso pode estar associado ao medo que os pacientes desenvolveram de serem infectados pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da Covid-19).
Esse medo do novo Coronavírus pode ter impactado diretamente na busca por tratamentos, impedindo, inclusive, que pacientes se dirijam ao hospital em meio a um acometimento cardíaco. Como as doenças cardiovasculares são os maiores fatores de risco da Covid-19, se o número de pacientes buscando tratamento diminui, o número de óbitos tende a crescer.
E não é só em Nova York que esse número vem crescendo. No Brasil, diariamente ocorrem mais de 1.000 óbitos por doenças cardiovasculares, ao mesmo tempo que “algumas estatísticas de São Paulo mostram também uma diminuição grande da procura dos serviços de saúde nesses períodos de isolamento e pandemia”, ressalta o Dr. Palavro.
Cardíacos são o maior grupo de risco
Um dos grupos que mais se preocupam com a pandemia é o de cardiopatas. Mas o Dr. Rodrigo explica que nem todos os pacientes cardiopatas têm o mesmo risco ao contrair a infecção:
“O risco existe para todos, mas o paciente que está descompensado ou que não está fazendo o seu acompanhamento e seu tratamento de forma correta (não está com a sua doença controlada) tem um risco muito maior.”
Vale ressaltar ainda que esse risco é o de desenvolver um quadro infeccioso grave de Covid-19 ou de agravar sua cardiopatia, e não de contrair a infecção. O risco de contrair a infecção é o mesmo para todas as pessoas.
O Dr. Palavro explica que o risco para pacientes que vêm acompanhando sua cardiopatia e estão bem-tratados, sem sintomas e fazendo atividade física regular é muito menor em relação àqueles descompensados.
Como a telemedicina pode ajudar pacientes cardíacos
Atualmente, o CFM permite que a telemedicina seja utilizada de três formas:
- teleorientação: consulta à distância onde é feita a orientação e encaminhamentos de pacientes em isolamento;
- telemonitoramento: monitoramento de parâmetros de saúde ou doenças;
- teleinterconsulta: auxílio diagnóstico ou terapêutico através de troca de informações e opiniões de dois ou mais médicos.
Em um evento cardíaco, como a dor torácica ou aumento significativo da pressão arterial, é essencial que o cardiologista possa avaliar as causas e indicar a melhor conduta. Deste modo, a teleconsulta pode ser o primeiro passo para instruir pacientes e familiares sobre o episódio e indicar uma intervenção. O importante, reforça o cardiologista, é não ignorar os sinais, se não for possível ir à clínica busque o contato com seu médico virtualmente.
A Unicardio adotou todos os procedimentos exigidos pelo CFM para poder realizar consultas via telemedicina. O Dr. Rodrigo explica que o mais recomendado é que, neste momento, os pacientes mais idosos, com casos mais graves ou muito preocupados com a pandemia realizem esse tipo de consulta.
A Unicardio adotou, também, todos os procedimentos exigidos pelo Ministério da Saúde para a realização de consultas e procedimentos presenciais. Por isso, pacientes que necessitam realizar seus acompanhamentos podem se dirigir normalmente à clínica. Os pacientes também podem telefonar para clínica e saber qual a modalidade (presencial ou telemedicina) mais recomendada para o seu caso.
As consultas via telemedicina, mesmo que à distância, tem um tratamento próximo e íntimo entre médico(a) e paciente:
“A telemedicina é uma ferramenta espetacular porque eu consigo falar com o paciente em casa. Normalmente, o paciente já tem algumas ferramentas em casa como controle de pressão. Então, eu converso com ele sobre os sintomas, ele me fala as pressões que vem medindo em casa, se está tendo algum sintoma diferente e como está o uso da medicação. Eu posso reforçar isso.” ressalta o Dr.
Através da telemedicina, é possível realizar todo o acompanhamento dos pacientes e, também, prescrever novos medicamentos ou, ainda, atualizar os já utilizados. Os pacientes podem imprimir as receitas e se dirigir diretamente à farmácia sem ter ido até a clínica.
Ainda tem alguma dúvida sobre a telemedicina? Então entre em contato com a Unicardio para saber tudo sobre ela ou para agendar uma consulta com um(a) especialista.
Quer saber mais sobre os cuidados dos pacientes cardíacos durante a pandemia?
Acompanhe a entrevista completa do Dr. Rodrigo Palavro!