Compreender quais são as causas para o colesterol alto é a melhor forma de combatê-lo e ser mais saudável. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 40% da população brasileira sofre desse mal, por isso, esse tema é tão importante e precisa ser tratado de maneira séria, trazendo conscientização sobre essa condição.
Continue lendo e confira as causas para o colesterol alto, assim como os principais problemas que ele pode causar na nossa saúde.
Qual a importância de controlar o colesterol?
O colesterol alto, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, aumenta a probabilidade do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo essas responsáveis por um terço de todas as mortes do Brasil.
Vale ressaltar que esse desenvolvimento pode ser potencializado por diferentes fatores, como:
- obesidade;
- tabagismo;
- hábitos alimentares;
- histórico familiar;
- sedentarismo e
- hipertensão arterial.
Ainda segundo a SBC, há evidências que a deposição de gordura nas paredes das artérias inicia-se ainda durante a infância e é mais provável de ocorrer em crianças que contam com altos níveis de colesterol no sangue.
Isso aumenta as chances de haver uma obstrução arterial e a interrupção do fluxo de sangue para uma parte do corpo, podendo ocasionar infartos ou angina do peito. Apesar de não ser possível evitar completamente tudo isso, manter hábitos mais saudáveis contribui para diminuir, ao máximo, as causas para o colesterol alto.
Quais são as causas para o colesterol alto?
Existem muitas causas para o colesterol alto, uma podendo influenciar diretamente na outra. Confira quais são os principais!
Predisposição genética (histórico familiar)
A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma das causas para o colesterol alto mais conhecidas e, como o nome sugere, tem causa genética.
De acordo com a I Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, essa doença é responsável entre 5 e 10% dos casos de eventos cardiovasculares em pessoas abaixo de 50 anos.
Ainda de acordo com a diretriz, um homem portador de HF na forma heterozigótica não tratado, quando apenas um pai tem o gene defeituoso, tem 50% de chance de desenvolver uma doença coronária aos 50 anos. Para mulheres, o risco é de 12%.
Vale ressaltar ainda que apenas 10% de todos os portadores contam com o diagnóstico de HF que é arbitrário e considera o nível de colesterol, os sinais clínicos de depósitos extravasculares e o histórico familiar.
Alimentação
A alimentação também é uma das causas para o colesterol alto. O colesterol prejudicial para nossa saúde está presente em alimentos de origem animal e, principalmente, nos industrializados.
Por isso, recomenda-se:
- utilizar de boas gorduras: busque carnes magras, como peixes e aves sem peles;
- buscar produtos desnatados: como leites e queijos com menos gordura;
- evitar frituras: evite óleos vegetais, como de soja, milho e canola, e também azeite de oliva;
- substituir as frituras: por ensopados, refogados, assados e grelhados e
- aumentar o consumo de fibras: aposte em alimentos com bastante fibras, como aqueles que levam farinha integral, leguminosas e saladas.
Assim, você poderá diminuir o colesterol ruim e ser ainda mais saudável, o que contribui para o funcionamento de todo o corpo.
Consumo de álcool
Uma das causas para o colesterol alto que também vale ser citada aqui é o consumo de álcool. Pesquisas, como a publicada na Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (SMAD), apontam que o consumo de álcool tem impacto direto nas medidas lipídicas – que apontam o nível de colesterol no sangue.
É importante ainda ressaltar que isso não está ligado com o consumo excessivo ou apenas com algumas bebidas.
O consumo baixo a moderado, independentemente do tipo de bebida, resulta em níveis mais elevados de colesterol, tanto em homens quanto em mulheres. A pesquisa publicada na SMAD aponta ainda que esse aumento é mais evidente em pessoas que consomem mais de um tipo de bebida alcoólica.
Outras doenças
Segundo a BMJ Best Practice, consultoria especializada na área da saúde, outras condições podem ser as causas para o colesterol alto, como:
- diabetes;
- excesso de peso corporal;
- hipotireoidismo;
- síndrome nefrótica e
- doença hepática colestática.
É por isso que muitas pessoas com colesterol alto precisam fazer acompanhamento com um cardiologista e um endocrinologista.
Saiba mais sobre o colesterol alto
Para responder as principais dúvidas sobre o colesterol alto, a Dra. Ana Paula Gomes Cunha, endocrinologista da Unicardio, respondem às perguntas mais comuns sobre o tema:
Quando o colesterol é considerado muito alto?
Na verdade, a gente fala “colesterol alto” para representar o colesterol ruim, também chamado de LDL.
Os estudos mostram que o colesterol ruim está mais relacionado com o aumento de risco de doenças cardiovasculares. O nível desse colesterol, em pessoas que não têm algum fator de risco, tem que ficar abaixo de 130.
Mas nós decidimos a meta do nível de colesterol individualmente, para cada paciente, dependendo do quadro clínico, do histórico familiar, se tem tabagismo, se tem algum sinal de doenças ateromatosas e outros fatores.
Ou seja, dependendo do quadro clínico do paciente, a meta do colesterol LDL será diferente.
Quais são os principais sintomas de colesterol alto?
O colesterol alto não dá sintomas. É uma doença silenciosa, esse que é o grande problema.
Mas o colesterol alto é um dos principais fatores de risco para a formação de placas de ateroma que é a placa de gordura que vai entupindo as artérias. Assim como a diabetes, que também é uma doença silenciosa e só apresenta sintomas quando está muito descompensada.
O colesterol elevado, portanto, não dá sintomas. O diagnóstico é somente laboratorial.
Quando é preciso se preocupar com o nível de colesterol?
A gente precisa se preocupar com o nível de colesterol sempre. É preciso prevenir a elevação do colesterol tendo hábitos de vida saudáveis, como:
- prática de atividade física regular;
- alimentação correta, com alimentos saudáveis e ricos em fibras, como frutas, verduras e legumes;
- evitar ao máximo frituras e gorduras que não fazem bem e
- preferir usar azeite de oliva que o óleo.
Devemos nos preocupar antes de ter o colesterol elevado e quando já tiver o colesterol elevado, qual é a nossa preocupação? Baixar esse nível para não aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Para isso, se ainda não há um cuidado com a alimentação, uma dieta adequada e uma prática de atividade física regular, a pessoa deve começar a fazer o quanto antes para baixar o colesterol.
O ideal é consultar um médico de confiança, tanto um endocrinologista quanto um cardiologista, especialidades que estudam a dislipidemia que é o colesterol elevado.
Nessa consulta será feito o diagnóstico e a indicação de início de tratamento.
O que é bom para diminuir o colesterol?
O que é bom para diminuir o colesterol, como já falado, é:
- praticar atividade física regular;
- ter hábitos de vida saudáveis;
- consumir alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e saladas;
- preferir alimentos grelhados e assados aos fritos;
- além das frituras, evitar embutidos;
- usar leite semi desnatado ou desnatado e
- optar por queijos brancos em vez dos queijos amarelos, quanto mais amarelo o queijo, mais gordura tem.
Colesterol alto tem cura?
Colesterol alto tem cura sim, pode ser curado somente com os hábitos citados acima.
Em alguns casos, também é necessário um tratamento medicamentoso, mas apenas o medicamento não será suficiente. Ele precisa ser acompanhado de hábitos saudáveis.
Há como baixar o colesterol rapidamente?
Depende muito de cada pessoa. Se a pessoa tem uma alimentação totalmente errada e rotinas de vida nada saudáveis, o pouco que ter de mudança nos seus hábitos diários, já vai trazer sucesso para o tratamento, baixando rapidamente os níveis de colesterol.
Quais exames uma pessoa com colesterol alto deve fazer regularmente?
Como já falado, cada caso é um caso. Quem deve decidir os exames é o médico que irá analisar a particularidade de cada paciente, como a idade e o nível de colesterol.
É comum serem feitos exames para verificar se há a formação de placa de gordura nas artérias, nas carótidas e no coração, mas isso varia muito de acordo com cada caso.
Apenas o médico de confiança poderá decidir os exames de rotinas que devem ser feitos.
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