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Consequências da Covid-19 para a saúde do coração

As consequências da Covid-19 para a saúde do coração é um tema que causa muitas preocupações nas pessoas, principalmente naquelas que têm tendências de desenvolver doenças cardiovasculares ou que já contam com alguma patologia.

O novo Coronavírus provoca diferentes efeitos em cada indivíduo, desde os sintomas até as sequelas. Por isso, ainda é motivo de estudos científicos em todo o mundo. Os especialistas estão trabalhando para saber mais sobre a atuação do vírus no organismo humano e conseguir trazer mais respostas. Mas algumas descobertas já foram feitas e divulgadas para a comunidade.

Para atualizar você sobre esse assunto e trazer informações relevantes para cuidar melhor de si mesmo e dos seus familiares, criamos esse conteúdo. Nele, iremos explorar a relação entre a Covid-19 e a saúde do coração, assim como com outros órgãos.

A pandemia de Covid-19

mais de um ano, houve o relato do primeiro caso de Covid-19 no Brasil e, desde então, movimentou todos os especialistas da área para o seu combate, prevenção e estudo das possíveis consequências para a saúde, como um todo.

Ainda há algumas lacunas para serem preenchidas, mas muitas descobertas já foram realizadas para facilitar o tratamento de infectados. Atualmente, já houve mais de 118 milhões de casos e 2 milhões de óbitos em todo o mundo. Mas, felizmente, a vacinação foi iniciada e promete reduzir consideravelmente a seriedade de infecção por esse vírus, possibilitando que uma quantidade menor de pacientes necessitem de internação.

A Covid-19 e os seus efeitos

Antes de falarmos sobre a relação entre a Covid-19 e a saúde do coração, é importante comentarmos sobre as outras complicações e sequelas que essa doença pode deixar, seja durante a sua fase aguda ou após ela.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é possível dividir os pacientes infectados sintomáticos em quatro grupos. O primeiro, que corresponde a cerca de 40% dos casos, é o daqueles que desenvolvem sintomas leves, como:

  • febre;

  • falta de ar;

  • tosse;

  • dores na articulação e nos músculos;

  • perda de paladar e olfato;

  • dor de cabeça e

  • diarreia.

O segundo também afeta cerca de 40% dos pacientes e causa pneumonia. Os outros 15% têm manifestações clínicas graves, com o desenvolvimento de pneumonia grave, que exige a oxigenoterapia.

Por fim, há 5% dos infectados que podem desenvolver uma ou mais das complicações a seguir:

  • insuficiência respiratória;

  • síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA);

  • choque séptico;

  • insuficiência de múltiplos órgãos, como rins e fígado, e

  • acidente cerebrovascular.

Além desses efeitos, há ainda aqueles que demonstram a forte relação entre a Covid-19 e a saúde do coração, como:

Tromboembolismo e distúrbios de coagulação

O tromboembolismo, também chamado de embolia pulmonar, é uma das complicações que 5% dos infectados podem desenvolver. Isso ocorre por problemas na coagulação do sangue que provocam a formação de trombos nos vasos sanguíneos. O problema ocorre quando esse trombo se desprende e bloqueia a irrigação sanguínea dos órgãos.

Quando isso acontece no pulmão, chamamos de embolia pulmonar. Mas também pode acontecer em outras regiões do corpo, como no coração, pernas ou braços, podendo fazer o paciente vir a óbito, caso não seja tratado rapidamente.

Vale ressaltar que listamos esse distúrbio de coagulação como uma das complicações da Covid-19 para a saúde do coração por ser uma patologia cardiovascular, ou seja, que envolve os vasos sanguíneos.

Insuficiência cardíaca

Outra complicação é o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, que ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue do jeito que deveria, seja no seu processo de enchimento ou no seu esvaziamento. Normalmente, ocorre por danos aos tecidos do órgão.

Choque cardiogênico

O choque cardiogênico é uma das consequências do problema citado no tópico acima, mas também pode ser provocado por infartos, coagulação ou ainda pela Covid-19. Ele ocorre quando o coração não consegue suprir as necessidades do corpo, deixando algum órgão ou parte do corpo sem oxigênio o suficiente para a sobrevivência das células.

Miocardite

A miocardite também é uma das consequências da Covid-19 para a saúde do coração. Esse nome é dado para as inflamações que afetam esse órgão e que podem causar a insuficiência cardíaca e a mudança na frequência de batimentos. Em casos graves, pode levar o paciente ao óbito.

Outras sequelas

Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde, ainda há a possibilidade de a Covid-19 gerar sequelas no coração, como lesões miocárdicas, que causam a redução da função do órgão, o desenvolvimento de arritmias que podem, ou não, estar relacionadas com danos pulmonares graves.

Como evitar o agravamento das consequências da Covid-19 para o coração?

O ideal é evitar a exposição desnecessária e focar na prevenção da infecção por meio do uso de máscara, higienização regular das mãos e utilização do álcool em gel. Se possível, recomenda-se ficar em casa e não entrar em ambientes com aglomerações.

Além desses cuidados, ainda é essencial que as pessoas – sejam as sem patologias, as cardiopatas ou aquelas que já adquiriram sequelas no coração – tenham hábitos saudáveis, como:

  • alimentação saudável;

  • evitar o consumo excessivo de álcool;

  • abandonar o tabagismo e

  • fazer o controle de patologias agravantes.

Também recomenda-se a prática regular de exercícios físicos, sempre fazendo uma consulta com um médico especializado antes de iniciá-los, para receber orientações corretas e compreender as limitações que devem ser respeitadas, de acordo com a saúde cardiovascular.

Em especial para pacientes cardiopatas, independentemente de ser uma condição prévia ou adquirida após a Covid-19, é essencial fazer consultas periódicas com o cardiologista para fazer check-ups e iniciar ou dar continuidade para o tratamento correto para cada caso.

Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre as consequências da Covid-19 para a saúde do coração, conte conosco! Entre em contato para conversar com um especialista e garantir o seu bem-estar e dos seus familiares. Lembre-se que as sequelas dessa infecção são sérias e, por isso, exigem cuidados extras para evitar futuras complicações.

Material escrito por:

Harry Correa Filho

Cardiologista

CRM/SC 4101 RQE 1132

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/Conclusão 1985)
  • Especialização em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis/SC (1986-1987)
  • Residência em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC/1988-1989)
  • Especialização em Gestão e Saúde Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL/2004-2005)
  • Diretor do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (Gestão 2003-2008)
  • Professor de Cardiologia na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
  • Coordenador de diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2012-2013)
  • Pesquisador de estudos clínicos, como EMERAS, ISIS 4, PARAGON, PLATO e TRILOGY
  • Diretor do FUNCOR – Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016-2017)(SOCESC)
  • Diretor de cominucação SBC nacional (20220- 2021)
  • Membro da comissão nacional de titulo de especialista em cardiologia da SBC
  • Fellow da sociedade europeia de cardiologia (ESC) (Diretor da FUNCOR )

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