Quando pensamos em doenças cardiovasculares, o que costuma vir à nossa mente são pessoas mais velhas, certo? Porém, esses problemas podem afetar pacientes de qualquer idade, inclusive gerando a morte súbita em jovens.
Trata-se de um falecimento inesperado e rápido, poucos minutos depois do surgimento de alguns sintomas. Geralmente, o fato está relacionado a determinados fatores cardíacos, como o infarto fulminante, que é a interrupção do fluxo de sangue para o coração.
Costumamos ver notícias na imprensa de atletas vítimas de morte súbita. Um caso, ocorrido em fevereiro de 2022, foi do jogador de futebol grego Alexandros Lampis, que sofreu uma parada cardíaca em campo. Outra tragédia notória foi a de Danilo Moraes, de 30 anos, filho do Cafu, que também faleceu durante uma partida de futebol.
Porém, temos uma notícia positiva: o jogador dinamarquês Christian Eriksen foi ressuscitado com uma desfibrilação rápida, procedimento que fez o coração voltar a bater. Enfim, ele driblou a morte súbita.
Por que tudo isso acontece? É o que vamos te explicar neste artigo. Confira.
O que é e como ocorre a morte súbita em jovens?
A causa mais comum nos praticantes de atividade física, vítimas da morte súbita, é a Cardiomiopatia Hipertrófica, uma enfermidade que causa espessamento do músculo do coração. Esse maior volume remodela o formato do órgão e propicia o surgimento de arritmias malignas e dificulta o bombeamento do sangue. Assim, há disfunções nos batimentos e risco de parada cardíaca, ou seja, o coração para de funcionar.
Todavia, lembre-se: a morte súbita pode acontecer com quem pratica esportes ou não. A Cardiomiopatia Hipertrófica é uma doença hereditária. Então, caso você tenha histórico familiar dela, procure ajuda de um cardiologista para realizar a avaliação adequada do seu estado de saúde. Mesmo durante esforços pequenos, pacientes com essa condição podem sofrer parada cardíaca.
Como é feito o diagnóstico?
O processo de diagnóstico da Cardiomiopatia Hipertrófica inicia com o relato do paciente acerca dos sintomas e de algum histórico familiar, com ou sem caso de morte súbita. Em seguida, o médico cardiologista irá solicitar o exame de eletrocardiograma, que verifica como estão os batimentos cardíacos.
A identificação da doença se completa com o ecocardiograma transtorácico, que é como um ultrassom do coração e torna possível ver o órgão funcionando.
Infarto em jovens e idosos
Como já mencionamos, o problema em bombear o sangue, típico da Cardiomiopatia Hipertrófica, acarreta o infarto. Ao contrário do que muitos pensam, essa condição é mais grave nos jovens do que nos idosos.
O motivo está no fato de que, nas pessoas jovens, falta uma circulação colateral, que é a comunicação desenvolvida, ao longo dos anos, entre as três principais artérias do coração, com a formação de novos vasos sanguíneos. Isso é importante pois, quando ocorre a interrupção do sangue, a circulação colateral consegue suprir a área que a artéria principal não está irrigando.
Já nos idosos, a interrupção do fluxo sanguíneo está mais relacionada à aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nas artérias, gerado por hábitos ruins de vida, como alimentação pouco saudável e sedentarismo.
É possível prevenir a morte súbita?
Fazer um check-up com o cardiologista antes de iniciar a prática de exercícios físicos é uma das formas mais simples de prevenir a morte súbita. O especialista irá solicitar exames, a fim de verificar se há algum risco para o paciente.
Além disso, existem essas outras recomendações:
- Atletas e pessoas acima dos 35 anos devem visitar o cardiologista, pelo menos, uma vez ao ano;
- Para atletas de alta performance, a orientação é que o acompanhamento seja realizado a cada seis meses.
Também verifique se há histórico de doenças cardiovasculares na sua família. Caso a resposta seja “sim”, não espere os 35 anos para procurar o cardiologista.
A morte súbita e a covid-19: não caia em fake news!
Com a vacinação contra a covid-19, surgiram informações falsas de que os imunizantes aumentam os riscos de morte súbita.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) divulgou uma nota desmentindo isso. O que já se sabe é que as vacinas podem gerar quadros de miocardite, uma leve inflamação do coração e que costuma ser solucionada sem a necessidade de tratamentos.
Além disso, os riscos de morte gerados pela infecção por covid-19 são bem maiores do que qualquer efeito colateral dos imunizantes.
Cuide bem do seu coração
Sabemos que a morte súbita é um tema que assusta. Importante fazermos o que está em nossa capacidade: manter em dia a nossa saúde cardíaca.
Caso você tenha ficado com alguma dúvida e precise se cuidar mais, entre em contato e agende atendimento com os nossos especialistas.
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