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Covid longa: o que é, sintomas e tratamentos

Você se lembra que, no início da pandemia, acreditávamos que a covid-19 era uma doença que afetava apenas o sistema respiratório? Depois de mais de dois anos de crise sanitária, aprendemos muito sobre a enfermidade e como ela afeta todo o corpo. Inclusive, descobrimos a “covid longa”.

Esse é o termo utilizado para referirmos às sequelas deixadas pela infecção por Sars-Cov-2, tanto quando o paciente teve um quadro grave ou até mesmo quando foi uma infecção leve. Os sintomas são vários e, em alguns casos, podem ser debilitantes.

Como vários aspectos da pandemia, esse assunto ainda requer muito estudo para podermos ter certeza sobre determinados fatores. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 10% e 20% das pessoas que se recuperaram da covid-19 irão desenvolver essa condição, que também é chamada de “síndrome pós-covid”.

Já um estudo feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FM/USP) avaliou 850 pacientes hospitalizados entre abril e maio de 2020. Depois, acompanhou eles com questionários e exames por um período de seis a 11 meses. Eles perceberam que os sintomas da covid longa atingiram cerca de 40% dessas pessoas.

Como já deu para notar, é um assunto sério e que precisa ser mais debatido. Por isso, criamos esse artigo para você aprender mais. Acompanhe na leitura!

O que gera a covid longa?

Você deve estar se perguntando o porquê de algumas pessoas sofrerem com a covid longa enquanto outras não. Infelizmente, não temos uma resposta definitiva para isso.

No entanto, existem áreas de pesquisa a respeito do tema. Determinados cientistas analisam se o sistema imunológico fica sobrecarregado na luta contra o vírus e começa atacar até mesmo os próprios tecidos do organismo, gerando os problemas. Outra hipótese é a de que, mesmo após o fim da infecção, restam alguns fragmentos do Sars-Cov-2 no corpo, que ficam adormecidos e depois são reativados.

Por fim, também acredita-se que os incômodos da covid longa são apenas os resultados da recuperação do organismo, que precisa de algum tempo para “reorganizar a casa” depois de combater a doença.

Os sintomas da covid longa

A lista de sintomas da covid longa é grande. Vamos listar os principais aqui, de acordo com a região do organismo que afetam:

Nos pulmões:

  • tosse seca;
  • dificuldade para respirar;
  • cansaço;

No coração:

  • hipertensão ou pressão baixa;
  • taquicardia (batimentos cardíacos acelerados);
  • tonturas;
  • desmaios;

No sistema neurológico:

  • formigamentos;
  • sensações de choque;

No cérebro:

  • desânimo;
  • ansiedade;
  • depressão;
  • sonolência;
  • esquecimento;
  • falta de concentração;
  • insônia;

Nos músculos:

  • fraqueza;
  • dores;
  • dificuldade de realizar determinados movimentos;

Nos rins:

  • inchaço;
  • problemas para urinar;

No estômago e no intestino:

  • má digestão;
  • diarreia ou prisão de ventre;

Nos vasos sanguíneos:

  • trombose;
  • dor e sensação de peso nas pernas;

Na garganta:

  • dificuldade de engolir ou falar;

No nariz e boca:

  • perda de olfato e paladar.

Atenção especial ao coração

Estudos recentes descobriram que o coração é um órgão bastante afetado pela covid longa. Uma pesquisa publicada na revista Nature, realizada pela Universidade de Washington (EUA) mostrou o aumento dos riscos de desenvolver doenças cardíacas e circulatórias após a infecção.

Os cientistas descobriram que quem se recuperou da doença tem 72% a mais de risco de sofrer de insuficiência cardíaca e 52% de ter um acidente vascular cerebral (AVC), uma condição em que u vaso sanguíneo do cérebro se rompe ou se altera de forma anormal.

Outros problemas que podem aparecer são: infarto do miocárdio, arritmia cardíaca, miocardite (inflamação no tecido do coração) e embolia pulmonar (um coágulo nos vasos dos pulmões).

Portanto, a dica é simples: depois de se recuperar da covid-19, agende um check-up médico, principalmente com o cardiologista.

Como saber se tenho covid longa?

Alguns sintomas podem ser diagnosticados por meio de uma bateria de exames, como os que afetam o coração, os vasos sanguíneos e os rins.

No entanto, a maioria dos desconfortos são subjetivos. É o caso da fadiga, da ansiedade, do formigamento e das dores musculares. Então, o médico irá analisar o seu relato e o seu histórico clínico para que vocês possam entender se há um quadro de covid longa ou não.

O papel da vacina

Em meio a todas essas preocupações e problemas, surge uma boa notícia: cientistas investigam se as vacinas contra a covid-19 ajudam a amenizar os sintomas das sequelas.

Já sabemos que os imunizantes não têm como principal objetivo evitar a infecção, mas, sim, prevenir casos graves e morte. Todavia, pesquisadores da Fiocruz também investigam se há um auxílio terapêutico dessas substâncias tanto para evitar o surgimento da covid longa quanto para ajudar quem já a desenvolveu.

O que fazer se você tiver covid longa

Para todas as pessoas que se recuperaram da covid-19, é essencial realizar um check-up médico completo, a fim de analisar como está o organismo depois da luta contra o Sars-Cov-2. Essa conduta é ainda mais importante para quem está sofrendo com a covid longa.

É necessário consultar os especialistas de acordo com os sintomas que você tem, como o cardiologista, endocrinologista, pneumologista e neurologista, entre outros.

Não há um único tratamento para ser prescrito, mas já são disponibilizadas terapias que ajudam amenizar determinadas sequelas, como aquelas que contribuem para a volta do olfato e paladar.

Portanto, cada assistência médica deve ser específica, de acordo com as queixas do paciente. Nossos especialistas, por exemplo, estão à disposição para solucionar suas dúvidas e te ajudar nessa recuperação da covid longa, com um atendimento personalizado. Você pode marcar uma consulta pelo nosso site.

Material escrito por:

Dr.-Rafael-Kuhnen

Rafael Kuhnen

Cardiologista

CRM/SC 6716 RQE 2959

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (1989-1995);
  • Residência em Clínica Médica no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) (1995-1997);
  • Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC) (1997-1999);
  • Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC-AMB);
  • Diretor Técnico da Clínica Unicardio (Biênios 2009-2011 e 2011-2013);
  • Membro do corpo clínico do Hospital SOS Cardio – Florianópolis-SC.

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