A regulação hormonal é essencial para a saúde do coração

Por: - Endocrinologista - CRM/SC 7564 RQE 3776
Publicado em 25/01/2020

A regulação hormonal é essencial para a saúde do coração

Manter o bom funcionamento do sistema endócrino é muito importante para a saúde do nosso organismo, com destaque para a saúde do coração.

Há hormônios que, em níveis elevados, podem ser prejudiciais para o coração. Isso ocorre com a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é carregar o açúcar para que seja transformado em energia dentro das células. Em excesso ou quando não cumpre sua função adequadamente, ela pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2.

Todavia, existem aqueles que, quanto maior a quantidade produzida, melhor. Este é o caso do estrogênio, hormônio sexual feminino que sofre alterações ao longo do processo de envelhecimento e, por isto, é recomendada a regulação hormonal a fim de aliviar os sintomas característicos da menopausa e também evitar prejuízos ao coração.

Neste artigo, você entenderá como os hormônios masculinos (testosterona) e femininos (estrogênio) atuam no sistema cardiovascular e, ainda, porque é tão importante realizar a regulação hormonal como um todo. Acompanhe na leitura e confira!

A regulação hormonal e a saúde do coração

Tanto o estrogênio quanto a testosterona estão presentes nos corpos de homens e mulheres, promovendo as mesmas funções metabólicas. O que as diferencia é a prevalência dos níveis hormonais, que variam de acordo com cada sexo.

O estrogênio é um hormônio naturalmente feminino que possui ação hemodinâmica, metabólica e vascular. Tudo isso significa que ele atua diretamente na proteção do coração e vasos sanguíneos. Dentre os benefícios que ele proporciona para o sistema cardiovascular, destacam-se:

  1. estimula a dilatação dos vasos, aumentando o fluxo sanguíneo;
  2. protege a membrana celular das artérias, reduzindo o acúmulo de gordura e, consequentemente, as chances de ocorrer um infarto;
  3. diminui a concentração de radicais livres nas células;
  4. estimula a produção de colágeno, aumentando, em longo prazo, o fluxo de sangue.

Com a chegada da menopausa, a produção de estrogênio começa a reduzir. Afinal, a vida fértil é encerrada e o organismo entende que essa substância não é mais necessária. Como consequência, as mulheres passam a ser mais suscetíveis ao surgimento de doenças no coração.

Segundo um estudo, realizado pelo Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro, 38,8% das mulheres na pós-menopausa sofrem com a hipertensão, a condição de pressão alta. Além disso, mais de 200 mulheres perdem a vida, por dia, vítimas de infarto no Brasil.

É por isso que a reposição hormonal é tão prescrita para as mulheres na menopausa. Além de amenizar os desconfortos dessa fase da vida, como as ondas de calor, secura vaginal e insônia, o tratamento também visa proteger esse órgão essencial, o coração.

E a testosterona?

Enquanto isso, a testosterona, o hormônio masculino, age diretamente na musculatura cardíaca, mantendo-a forte. Outra tarefa é a atuação no metabolismo, reduzindo, por exemplo, os níveis de gordura e elevando a sensibilidade à insulina. Estes fatores minimizam os riscos cardiovasculares, protegendo o organismo contra o acidente vascular cerebral (quando uma veia do cérebro se rompe ou se deforma), infarto (a interrupção do fluxo de sangue para o coração) e diabetes.

Com o processo natural de envelhecimento, o organismo masculino diminui a produção dessa substância. Também há uma condição chamada de “andropausa”, que afeta os homens a partir dos 40 anos e que costuma ser comparada com a menopausa feminina. O motivo está nessa redução dos hormônios.

Contudo, neste caso, a reposição hormonal deve ser realizada visando a manutenção das taxas adequadas. Isto porque, caso os níveis fiquem elevados, podem ocorrer efeitos colaterais em outras partes do corpo. Por exemplo: sobrecarregar fígado e rins, levando à insuficiência desses órgãos; distúrbios de humor, como irritação excessiva; e surgimento de acne.

Estrogênio e Testosterona

  • Estrogênio: hormônio sexual feminino.

É produzido pelos ovários, glândulas adrenais e, durante a gravidez, pela placenta. Nos homens, é gerado, em uma pequena quantidade, nos testículos. Durante a vida fértil da mulher, o estrogênio estimula a maturação dos óvulos e a preparação do tecido interno do útero para receber um possível embrião.

  • Testosterona: hormônio sexual masculino

Nos homens, é produzido pelos testículos. Nas mulheres, em uma menor quantidade, pelos ovários. É responsável pelo desejo sexual em ambos os sexos e, no organismo masculino, estimula a produção de espermatozoides.

* Os níveis desses hormônios podem ser identificados por meio de um exame de sangue.

Os principais distúrbios endócrinos que podem ser evitados com a reposição hormonal

A reposição hormonal influencia o coração porque, no momento em que mantém as taxas dos hormônios adequadas, é possível evitar diversos distúrbios endócrinos que afetam diretamente a saúde cardiovascular.

Os problemas mais comuns e que são fatores de risco para doenças que afetam esse sistema são:

Esses e outros problemas devem ser diagnosticados por um médico endocrinologista, o responsável por analisar os níveis hormonais, em conjunto com um cardiologista, o especialista no sistema cardiovascular.

A regulação hormonal deve ser feita com cuidado

A saúde cardíaca é algo que não se pode arriscar. Portanto, é preciso ter muito cuidado para realizar a regulação hormonal. O endocrinologista e o cardiologista irão pedir diversos exames e analisar a história clínica do paciente.

Somente assim será possível prescrever os hormônios a serem repostos com segurança, sabendo os níveis adequados para cada pessoa e também com o acompanhamento periódico dos indicadores da saúde.

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Material escrito por:
Endocrinologista - CRM/SC 7564 RQE 3776

O Dr. Paulo de Tarso é formado em medicina pela UFSC e especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital Brigadeiro de São Paulo. O médico é Presidente da Câmara Técnica de Endocrinologia do CRM, também, desde 2013.

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